sábado, 16 de fevereiro de 2013

O princípio de tudo

Não, essa postagem não é sobre nosso ilustríssimo visionário o Senhor Irineu Evangelista de Sousa, ou mais conhecido como Visconde de Mauá e sim sobre como foi possível chegar onde estamos, ou seja, eu escrevendo aqui e você aí lendo, ou só passando o olho nas fotos (se você está lendo isto na mesma data da postagem, nem foto tem ainda).

Confesso que faz pouco tempo que as ferrovias realmente entraram na minha vida e tornaram-se um hobbie e um objeto de estudo, mas desde pequeno ando nos trens elétricos da Supervia. Todos os sábados quando criança ia com minha mãe ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) no centro do Rio, próximo a igreja da Candelária, na Avenida Presidente Vargas, mas não passou disso. Meu interesse por trens só veio a tona em 2010, quando comecei a andar diariamente na "malha" ferroviária metropolitana do Rio de Janeiro para chegar na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, dentro do Campus da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) onde completei meu Ensino médio.

Andei de trem em todos os horários possíveis e dias, via o movimento da manhã para chegar ao centro do rio nos trens diretos e paradores e a correria na volta para a casa no fim do dia, trens lotados, confusão, pessoas nas portas, até eu um dia acabei indo pendurado em um trem devido a força das pessoas no interior, acho que intensão era expulsar os novos passageiros, mas fazer o quê? Eu estava atrasado e com prova no primeiro tempo...

Confusões e aventuras a parte, peguei muito trem aos sábados nessa época, e sábado de manhã, se você souber os horários certos e saber esperar o trem certo, é possível ir até a Estação Dom Pedro II (Central do Brasil) sentado confortavelmente (depende do modelo de trem), apreciando a vista e as outras composições indo e voltando. Quando chegava a estação de São Cristóvão, tinha eu que trocar de composição e pegar uma indo para Saracuruna ou Gramacho. São Cristóvão dentro das estações da "malha" metropolitana pode ser considerada uma estação ímpar, não por sua beleza, a qual não tem mais, mas sim por ter a singularidade de por ela passarem todos os trens para todos os principais ramais, logo o movimento de composições é constante, e lá ficava eu esperando meu trem e observando os demais cumprirem seus itinerários, ou ao menos tentarem, sem obterem muito êxito na maioria das vezes. Geralmente eu ia acompanhado, amigos meus faziam o mesmo trajeto, mas desencontros eram normais de acontecerem.

A rotina estava feita, todo o dia a mesma coisa, e eu sempre observando o movimento, me encantando e me revoltando com determinadas situações e dentro de mim criava-se uma curiosidade imensa em saber do passado daqueles trens, que nitidamente demonstravam possuir muitos anos de serviços prestados a cidade, as estações e sua arquitetura marcante (algumas sim, outras nem tanto).

Diante disso, em um belo dia que cheguei mais cedo em casa,  fiquei aproximadamente 7 horas pesquisando sobre as ferrovias fluminenses, praticamente sem pausas. Depois daquele dia não parei mais, diariamente ia descobrindo mais e mais sobre a história ferroviária do Rio e do Brasil, porém, ainda era uma pesquisa muito supérflua, digamos assim, eu tinha apenas arranhado a crosta da superfície do mundo ferroviário, só consegui mesmo adentrar neste mundo após conhecer o cartunista Carlos Latuff, que um dia foi em minha escola dar uma palestra e almoçou junto comigo e meus amigos.

Curioso com o seu trabalho como cartunista, fui pesquisar mais sobre ele, e descobri que além do trabalho com o desenho, ele também era um fã ferroviário e possuía um blog exclusivo para esta atividade, o blog é bastante completo e possui muitas postagens, mas minha sede por conhecimento e curiosidade me fizeram devorar o blog em apenas uma noite. Acho que foi naquele momento que me toquei que eu não era mais apenas um interessado em ferrovias, e sim um fã completo, tão fã que meus amigos não aguentavam andar de trem comigo em algumas horas, devido a tantas coisas que eu falava sobre o modelo do trem em que estávamos, a estação que estávamos passando e a linha que estávamos percorrendo. Deste ponto foi um pulo para começarem as expedições. Mas isso é papo para o próximo post.

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